Há uns dias atrás, eu ia a sair com a minha família para jantar fora e tinha acabado de acontecer um acidente na estrada pela qual estávamos a passar... Uma mota contra um carrinha de sete lugares. A culpa foi do condutor da carrinha. O moço da mota estava desfeito. Entrou pelo vidro lateral e saiu pela mala fazendo a carrinha rodar e deslocar-se uns quatro metros. Eu estive à beira do moço enquanto estava estendido no chão. O seu capacete e uma sapatilha estavam no interior da carrinha. Via-se perfeitamente um dos braços partido em mais do que três sítios e a carne das mãos tinha desaparecido fazendo com que o contacto entre a mão e o dedo fosse somente através do osso fracturado. Quando a ambulância chegou, depois de o virarem com muita dificuldade e lhe cortarem a roupa, via-se um enorme buraco num dos joelhos, a clavícula toda desprovida de carne, aranhões que não tinham fim, sangue por todo o lado. Ele foi para o hospital e, no dia seguinte, soube que ele tinha morrido.
O mais engraçado disto tudo, é vermos um pessoa ali, às portas da morte, a precisar de ajuda urgente e nós estarmos lá, impávidos e serenos porque nada podemos fazer embora seja essa a nossa vontade, fazer algo para que aquela pessoa não morra ou morra da maneira menos sofrida possível.
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